Uma operação da Polícia Civil, denominada Hereditarium, colocou em evidência práticas ilícitas no Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Pomerode. A ação investigou contratações emergenciais suspeitas e culminou na prisão em flagrante de um servidor por posse ilegal de arma de fogo. A operação cumpriu seis mandados de busca domiciliar em Pomerode, Blumenau, Joinville e Timbó, conforme comunicado oficial. A data da operação não foi divulgada.

Durante a operação, foram apreendidos dispositivos eletrônicos e documentos dos envolvidos. Em uma das residências, os policiais encontraram 5,5 mil dólares em espécie, elevando ainda mais as suspeitas sobre os investigados.

A investigação apura o direcionamento ilegal de contratos emergenciais para empresas de uma mesma família e um possível superfaturamento nos contratos firmados. A 4ª Delegacia Especializada em Combate à Corrupção (DECOR) da Polícia Civil descobriu que o Samae de Pomerode realizou duas contratações emergenciais para o serviço de coleta de resíduos domiciliares, em 2021 e 2024, sem processo licitatório. A empresa contratada em 2021 era de propriedade da mãe da dona da empresa contratada em 2024, evidenciando um possível favorecimento familiar.

Uma licitação regular foi realizada em 2022, com um custo de R$ 204 por tonelada de lixo recolhido. No entanto, em 31 de maio de 2024, o Samae não renovou este contrato licitado e optou por uma nova contratação emergencial, agora ao preço de R$ 350 por tonelada, sugerindo um superfaturamento de aproximadamente 71%.