Em discussão na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o Projeto de Lei 5008, de 2023, que regulamenta o uso e o comércio de cigarros eletrônicos no Brasil, coloca a indústria do tabaco e entidades de saúde em lados opostos. Uma das preocupações dos médicos em relação à proposta é que o dispositivo pode causar ainda mais danos à saúde do que o cigarro comum.
O cigarro eletrônico contém nicotina em forma sal, que tem um potencial mais viciante, e que combinada a aromas agradáveis, como menta e chiclete, atrai principalmente pessoas com até 24 anos. A pesquisa Covitel 2023, que monitora os principais fatores de risco para doenças crônicas no Brasil, confirma que os jovens são os que mais utilizam estes produtos.
Um dos agravantes é que os chamados vapes facilitam a inalação das substâncias tóxicas por períodos mais longos, o que também eleva o risco de tornar o usuário mais dependente que o cigarro comum. E diversas doenças oculares podem ser antecipadas ou causadas pelo uso do dispositivo, alerta o oftalmologista Pedro Antônio Nogueira Filho, chefe do Pronto-Socorro do H.Olhos - Hospital de Olhos.
De acordo com o médico, “o cigarro eletrônico, assim como o narguile e o cigarro comum, pode contribuir para o desenvolvimento de glaucoma, catarata e degeneração macular relacionada à idade, a DMRI. Outra consequência pode ser a proptose ou exoftalmia, termo usado para descrever os olhos salientes causados pela Doença de Graves, um distúrbio que ocorre pela hiperatividade da glândula tireoide (hipertireoidismo)”.
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